Professora do CEJA de Colider destaca a importância da memória dos sujeitos educandos de EJA

Foto por: Reprodução

22/01/2021 às 14:23

Autor: Claudio Scalon

Quando  escolheu o tema de sua dissertação de mestrado, que será defendida na Unemat/ Campus de Sinop,  em 2021, a professora Juliana Oliveira Costa e Santos,  da rede pública estadual de Educação de Mato Grosso, não imaginava a relevância de sua escolha diante do que o Governo do Estado e a Secretaria de Estado de Educação anunciou em relação ao futuro de extinção inexorável dos Centros de Educação de Jovens e Adultos/ CEJAs  no final de 2020.

Seu trabalho, permeado pela práxis pedagógica, pela vivência transformadora, de atuação profissional duradoura e consistente no CEJA de Colider,  com um olhar atento às situações identitárias dos nossos sujeitos de EJA, é sem dúvida uma grande contribuição para os anais da história marcante do "Cleonice Miranda" como centro de atendimento desta modalidade de  Educação de Jovens e Adultos   De uma escola que, deste de suas origens mais remotas,  com Logos/1983, depois, NEP/1988, Escola de Suplencia/1993 e finalmente CEJA CLEONICE MIRANDA DA SILVA(2009-2020),  sempre se notabilizou pelo acolhimento de estudantes outrora excluídos,  trabalhadores e trabalhadoras, diferentes em sua singularidade, das etnia, da cor da pele, das diversas gerações, das questões de gênero manifestas, da Educação Especial Inclusiva, dos Imigrantes,  sobretudo haitianos, etc.

Enfim, o trabalho da professora Juliana demonstra a preocupação com o registro da memória de parte desses sujeitos educandos de EJA, sendo assim uma grande contribuição para o registro da história da educação de jovens e adultos deste município.

Fico imaginando como seria nossa   concepção sobre o holocausto nazista, se não houvesse, além da materialidade objetiva, as diversas formas de registro historiográfico, sobretudo os depoimentos dos sujeitos vitimizados-sobreviventes e o mais importante, a visibilidade necessária para as gerações futuras.

         Assim vejo, esta dissertação de Mestrado (UNEMAT/2021) intitulada " Letramento Literário: Crônica Memorialística - Uma Experiência De Produção De Leitura E Escrita Na Educação De Jovens E Adultos-EJA” cujo apresenta como resultado de produção o livro “Tecendo Memorias", como uma perspectiva investigativa dos itinerários de vida, dos sujeitos educandos de EJA do Cleonice Miranda, portanto um estudo de caso mas que perfeitamente pode ser identificado com várias situações em comum e diversos outros Educandos da EJA de Mato Grosso.

Oportuno trabalho, em um momento em que tentam apagar, a qualquer custo, a memória histórica dos Centros de Educação de Jovens e Adultos. Particularmente, o Cleonice Miranda, emblemático como espaço de contestação do status quo, tanto local, quanto estadual.

Assim igualmente importante, é o trabalho da professora Ivana Bognar, também dissertação de mestrado (UFMT 2017), cujo estudo versou sobre a formação de professores para atuarem na modalidade de EJA, concluso de forma incontestável pela constatação da ausência absoluta de políticas públicas com esta finalidade.

"Eles" empoderados,  legalmente, provaram poder  fechar escolas sem um mínimo de respeito com as comunidades escolares envolvidas. Inclusive,  mudar nomes, baixar CNPJ, sem ao menos honrar  compromissos de GOVERNO, firmados publicamente. Contudo, jamais poderão ocultar nossa memória‼️

Não por acaso alguns estudantes ou munícipes de Colíder se referem ao espaço do Cleonice Mirando como NEP, mesmo sendo extinto há 30 anos.

É bem possível que, a despeito de ser arbitrariamente fechado dando lugar a um espaço Educacional com outra dinâmica, o lugar do CEJA “Cleonice Miranda da Silva”, estará presente no consciente coletivo, na memória das Gerações atuais, como  referência nominal e emblemática de locus de Educação de Jovens e Adultos, com toda sua diversidade pulsante  e ternura possíveis.

Que a memória plural de educadores de EJA e educandos jovens e adultos do Cleonice Miranda da Silva,"CEJA" tecida, hoje e sempre, no firmamento. ‼️

 

Por  Claudio Scalon.( Professor Esp. em História)

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